Eurico César Rego
Nos
antigos carnavais de Oeiras, o seu folião-maior, Eurico César Rego, se
angustiava quando adoecia alguém importante, de idade avançada, nos dias que
antecediam o carnaval. Os gozadores mexiam com Eurico, falando do estado do
enfermo como sendo terminal e que dificilmente botaria até o carnaval, para
concluir pela possibilidade da festa não se realizar naquele ano. Isso o
deixava bastante nervoso, acentuando ainda mais sua tartamudez, e obrigando-o a
passar, diariamente, pela casa do doente, de modo a contestar os agourentos em
cima da bucha. “Mim passou lá adola memo e ele tá meiorzinho”.
Também
tirava Eurico do sério a brincadeira de que o excelente regional formado por
Levi, Osíris, Chico Baião, Pedro Campos (ou de Ernesto), Dentim, Gadô e Geraldo
de Bastim teria sido contratado para tocar o carnaval em Picos ou Floriano.
Dava dó ver sua aflição.
Fonte: FREITAS, Ferrer. Solo
Distante (crônicas oeirenses). Teresina, 2001.
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