domingo, 16 de fevereiro de 2014

Galeria dos Foliões Oeirenses

Eurico César Rego


Nos antigos carnavais de Oeiras, o seu folião-maior, Eurico César Rego, se angustiava quando adoecia alguém importante, de idade avançada, nos dias que antecediam o carnaval. Os gozadores mexiam com Eurico, falando do estado do enfermo como sendo terminal e que dificilmente botaria até o carnaval, para concluir pela possibilidade da festa não se realizar naquele ano. Isso o deixava bastante nervoso, acentuando ainda mais sua tartamudez, e obrigando-o a passar, diariamente, pela casa do doente, de modo a contestar os agourentos em cima da bucha. “Mim passou lá adola memo e ele tá meiorzinho”.
Também tirava Eurico do sério a brincadeira de que o excelente regional formado por Levi, Osíris, Chico Baião, Pedro Campos (ou de Ernesto), Dentim, Gadô e Geraldo de Bastim teria sido contratado para tocar o carnaval em Picos ou Floriano. Dava dó ver sua aflição.

 
Fonte: FREITAS, Ferrer. Solo Distante (crônicas oeirenses). Teresina, 2001.

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