Há muito tempo o patrimônio
arquitetônico de Oeiras é vítima do descaso e do desrespeito à cultura e à
história da cidade. Há muito tempo o Riacho Mocha, sufocado pela lama, o mato e
o lixo, agoniza, suplicando por socorro. Agora é a vez do Morro da Cruz lançar
o seu grito de dor. Um grito parado no ar,
que reverbera através da voz daqueles que o estimam.
O Morro da Cruz está irreconhecível. A
vegetação que o cobria não mais existe. Em nome do progresso, Oeiras vê
esvair-se o encanto de um dos pontos mais emblemáticos da sua história, pois
que foi nessa terra entre morros que Mafrense se plantou, tomado de amores. Amores
que também povoam as lembranças de tantos quanto desafiaram as escarpas dos
morros, em aventuras pueris guardadas na memória de gerações e gerações. Amores
que embalaram o coração de casais enamorados, refugiados no santuário ecológico
do Morro da Cruz, a observarem o acender das luzes da cidade aos seus pés.
Amores que inebriaram a alma de poetas a recitar poemas boêmios, em noites
saudosas, a lua prateando folhas secas
pelo chão, tal qual nos versos de Catulo em “Luar do Sertão”.
Urge que providências sejam tomadas para
evitar transformarem-se em cinzas os nossos sonhos e esperanças. A campanha
pela preservação do Morro da Cruz e do Lago Azul, encetada por pessoas e
entidades representativas da comunidade oeirense, conta com o apoio
incondicional do bloco Joga o Barro na Parede, que vem manifestar-se
publicamente, esperando poder contribuir para o êxito da causa.
O Joga o Barro na Parede nasceu com o
intuito de resgatar o charme dos antigos carnavais de Oeiras. Extensivamente,
porém, é nosso objetivo estimular, apoiar e participar de iniciativas outras
que visem o bem comum e a salvaguarda dos valores, belezas e riquezas da nossa
velha terra. Queremos uma Oeiras próspera, mas sem abrir mão das suas
tradições, do seu passado, da sua cultura. A propósito, existe hoje uma
consciência universal de que cidade progressista é aquela que busca o
desenvolvimento sustentável, proporcionando ao povo oportunidades de vida digna
sem inviabilizar o bem-estar das gerações vindouras, o que implica em justiça
social e respeito ao meio ambiente. É
isso que queremos! É por isso que lutamos!
Leia matérias sobre o movimento em defesa do Morro
da Cruz.
Para participar do
abaixo-assinado "on-line" que reivindica o embargo do loteamento,
basta clicar no link abaixo e deixar seu apoio em menos de um minuto:
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