O 1º Concurso de Músicas Carnavalescas
de Teresina, promovido pela Fundação Monsenhor Chaves neste ano de 2012, foi
uma das mais gratas novidades do carnaval da capital piauiense. A grande final
aconteceu no Palácio da Música, com dez marchinhas disputando o primeiro
lugar. Venceu a primeira capital do
Piauí, ali representada pela música Jogue o Barro na Parede, de autoria dos
oeirenses Emerson Boy, Abraão Lincoln, Celene e Xico Carbó, composta
especialmente para o bloco JOGA O BARRO NA PAREDE, de Oeiras. A interpretação ficou por conta do consagrado
cantor Roraima, juntamente com este escriba. Roraima apresentou-se fantasiado
do oeirense Aurélio Melo, um dos mais completos músicos do Piauí, numa oportuna
e bem-humorada homenagem.
Está de parabéns a Fundação, pela
iniciativa. O concurso deverá ser aprimorado nos próximos anos, mas no geral foi
tudo de bom. A alegria e a descontração que reinaram em todos os momentos de
encontro dos participantes deram o tom do evento. Foi um excelente estímulo
para despertar a criatividade e a musicalidade dos foliões compositores,
resultando em músicas de qualidade, em quantidade considerável. Assim como o
Corso e os Blocos de Rua, o Concurso de Marchinhas é algo que deve se
consolidar como ingrediente indispensável na animação do carnaval de Teresina.
Resta saber como vai ficar o caso das Escolas de Samba, que estão fazendo falta
na Avenida.
Quanto ao Joga o Barro na Parede, o concurso
significou para o Bloco uma consagração, eis que sua marchinha proporcionou-lhe
uma visibilidade além das expectativas. Nem precisava tanto. É claro que
conquistar o primeiro lugar foi maravilhoso, mas não fundamental. O mais importante
foi ter ficado entre as dez selecionadas para a disputa final.
Como integrante do Bloco, sinto orgulho
pela performance da música no certame, e tudo o que tem acontecido desde 2008,
ano da sua criação, me faz acreditar que estamos sendo bem sucedidos no
propósito de fazer um Carnaval com a cara de Oeiras. Queremos um carnaval onde
todos possam e gostem de participar, da criança ao idoso, seja homem ou mulher,
rico ou pobre, preto ou branco, torcedor de qualquer time, eleitor de qualquer
partido, católico ou não, oeirense de fato ou de coração, visitante ou
anfitrião... Queremos um carnaval romântico e sadio, onde impere o respeito, a
decência, a amizade, o amor e a paz. Onde as famílias brinquem unidas, tranquilas,
sem medo, sem preocupação, sem os excessos etílicos e sexuais tão comuns no período
momesco. Queremos, enfim, em consonância com o nosso Estatuto, elaborado pelo
poeta oeirense Rogério Newton, “que a alegria contagie a todos no carnaval e,
de quebra, em todos os dias do ano” (Artigo 11).
Independentemente da vitória no concurso
de Marchinhas, só o fato de estarmos no nosso quinto ano, sempre fiéis aos
princípios de fazer um carnaval inspirado nos carnavais de antigamente e
valorizar os músicos da cidade, especialmente os componentes da Banda Santa
Cecília e a tradicional escola Foliões do Samba, só isso já nos faz sentir um
bloco campeão. Assim sendo, vamos em frente, com o samba no pé e Deus no
coração!